As duas aptidões sensoriais elementares sugerem nomear os animais que se posicionam para VER/OUVIR, de JULGADORES ... e os que se posicionam para SEREM VISTOS/OUVIDOS, de CONDUTORES.
E essas sugestões se justificam ...
Considere o ambiente de um TRIBUNAL. Como o JUIZ IDEAL não presenciou o evento em julgamento (se foi um roubo, ele não estava lá), não tem nada de importante a falar. O seu trabalho sensorial é VER e OUVIR os julgados. No contexto oposto, o de uma BATALHA, só o COMANDANTE IDEAL conhece a priori os verdadeiros motivos para a luta e a estratégia para o ataque, de onde essa figura simbólica não tem nada de relevante a ouvir (e ver) dos seus soldados. O seu trabalho sensorial é SE FAZER VISTO e OUVIDO por eles.
Do exposto, designaremos os vetores VO e SVO no nível genômico, respectivamente, por supergenes J (de Julgador) e C (de Condutor):
Nomeados os supergenes e apresentados os perfis sensoriais das duas figuras simbólicas, ... estamos em condições de investigar as essências das mentes JULGADORA e CONDUTORA, o que possibilitará ao amigo internauta uma maior compreensão dos instintos dos quatro mamíferos focalizados.
O objetivo do JUIZ é chegar à decisão: réu inocente ou culpado. À sua frente duas possibilidades e ele não pode optar por nenhuma. É a imparcialidade, a opção por ambas. O papel do JULGADOR IDEAL é manter a DÚVIDA, pois no último segundo do julgamento pode surgir um depoimento inesperado e alterar a direção do veredicto. Este pensamento está na raiz da ação JULGAR. Vamos representá-lo por uma linha PARTIDA, segmentada nas duas alternativas:
Desde que no núcleo das mentes FELINA e EQUINA - tanto quanto na do JUIZ - não há o compromisso de optar, ... os corpos do GATO e do CAVALO estão aptos a seguir qualquer caminho, a mudar repentinamente de rumo, a passarinhar!
O SENTIMENTO GUARDADO
( o agir ``pensando´´ )
O caráter da imparcialidade (da não-decisão) está no centro da personalidade do JUIZ IDEAL, do GATO e do CAVALO. E para que essa imparcialidade seja mantida, o sentimento tem que estar sob controle, CONTIDO, o que não significa que gatos, cavalos e juízes não os tenham. Eles têm sim - e como! - só que no ato da comunicação o guardam. Essa atitude também se explica sensorialmente: o sentimento atrapalha o VER/OUVIR, ... atividade audiovisual básica dos três.
no corpo JULGADOR
- que se posiciona para VER/OUVIR -
o sentimento é guardado
E por estarem com o `sentimento guardado´ cabe ao JUIZ, ao CAVALO e ao GATO, o agirem `PENSANDO´!
Para o senso comum, JULGAR é DECIDIR. Errado!
Julgar não é decidir, é fazer os outros decidirem. Como pode o JUIZ decidir sobre um acontecimento que não presenciou? Quem decide são as provas, os fatos, a palavra das testemunhas, dos advogados!
O objetivo do COMANDANTE é chegar à vitória. Diante dele a única decisão possível no contexto de uma batalha: VENCER. Vamos representá-la pela linha `inteira´:
Tanto o COMANDANTE IDEAL quanto CANINOS e BOVINOS são movidos pelo mesmo ímpeto primário. É a NÃO - DÚVIDA agindo. Vide-os arremetendo. Quanta certeza em seus movimentos!
Evidente que o COMANDANTE IDEAL pensa. Vamos imaginá-lo na condição extrema: a sua tropa reduzida a 50 soldados, enquanto os inimigos são 500! É inevitável que em tal situação o COMTE elabore o raciocínio ``numericamente estamos perdidos!´´, mas não pode se entregar a ele. Você confiaria a guarda da sua cidade a um general que admitisse a possibilidade da derrota? É por isso que o COMANDANTE aprisiona o PENSAMENTO, o guarda ... e em troca libera o famoso grito ``VENCEREMOS´´, o que pela lógica da CONDUÇÃO IDEAL significa `50 são mais do que 500´. É a força do SENTIMENTO dominando o PENSAR!
O PENSAMENTO GUARDADO
( o agir ``sentindo´´ )
As mentes CONDUTORAS se apóiam na parcialidade. E para que esta seja mantida, o PENSAMENTO é afastado, a DÚVIDA inibida. Se a decisão já foi tomada ( a do COMTE de vencer a batalha e a do CACHORRO e do BOI de investirem em seus interlocutores ), não há o que pensar, ...é o SENTIR que os faz agir!
no corpo CONDUTOR
- que se posiciona para SER VISTO/OUVIDO -
o sentimento é exposto
A observação em foco sinaliza que a essência do perfil comunicacional de FELINOS e EQUINOS ( o se comunicar com o sentimento guardado e o pensamento exposto) corresponde à essência do perfil comunicacional do JUIZ IDEAL, ... e a de CANINOS e BOVINOS (o se comunicar com o sentimento exposto e o pensamento guardado), com a do COMTE IDEAL.
Essas afirmações podem parecer estranhas, mas vistas sob a ótica informal, mais apropriada à percepção sensorial primária, são facilmente esclarecidas! Basta recorrermos ao GATO e ao CACHORRO nos desenhos abaixo:
Se no núcleo do PENSAR está o verbo PARTIR, no do SENTIR, o TOTALIZAR, UNIR ...
Para quem convive com os quatro mamíferos focalizados, ... a equivalência de conduta no enfoque acima entre FELINOS e EQUINOS e entre CANINOS e BOVINOS, é um fato: os primeiros agem `pensando´, os segundos `sentindo´! Não será daí que vem a explicação para a `ingenuidade´ dos últimos e a `sagacidade´ dos primeiros!?
A mente que parte, que pensa (a do JUIZ), se interessa pelo PROCESSO, ... e a que totaliza, que sente (a do COMTE), pelo OBJETIVO.
A mente processual, como a do GATO, está mais interessada no `como´ pegar a presa, do que nela em si, e por isso age segmentando a aproximação, dividindo-a em etapas. Já a do CACHORRO tem a idéia fixa no alvo e assim não divide a operação de caça.Ao contrário, age de maneira total, aglutinando, sintetizando, percorrendo atalhos para chegar mais rápido!
Igualmente ao GATO, o CAVALO é um particularizador ... A atenção e versatilidade equinas em provas equestres atestam este dom. Quanto aos BOIS, as touradas que o digam. São totalizadores, como os cães. Fixado o objetivo, eles vão atrás! Não há o que os faz mudá-lo ...
Está sendo possível ao internauta-leitor, considerar a hipótese - tendo em vista o exposto no segundo parágrafo do tópico precedente - de que a origem dessa dicotomia que se observa no nível fenotípico comportamental, pode estar no dualismo elementar `a parte - o todo´... e que se assim é, essa informação está codificada no DNA ?
Os ambientes de um JULGAMENTO e de uma BATALHA ... e seus principais personagens, sendo de sensorialidades antagônicas, são os cenários perfeitos para se estudar planos corporais sensorialmente opostos. Vejamos:
Tanto num JULGAMENTO quanto numa BATALHA há duas perspectivas: réu inocente ou culpado, vencer ou ser derrotado. A diferença é que no primeiro evento a decisão acontece após o JUIZ interagir com o réu (após vê-lo e ouvi-lo) e no segundo, antes do COMTE interagir com seus soldados (antes do discurso à tropa, ele já decidiu vencer!)
Dessa oposição se conclui:
o JUIZ atua - isto é, se comunica - com o corpo INDECISO
e o COMTE com o corpo DECIDIDO.
Observe o GATO pensando em atravessar a rua! Quanta indecisão no seu corpo! O mesmo se dá com a égua selecionando as gramíneas no pasto, com as galinhas ciscando no quintal. Repare, em contraponto, no cachorro cruzando a estrada, na vaca avançando no capim farto, no jacaré abocanhando o peixe. Quanta decisão no movimento destes!
Evidente que a separação entre mente e corpo é artificial. Uma mente julgadora (`partidora´) requer um corpo julgador (`partidor´) ... e vice-versa! E o mesmo ocorre do lado condutor.
Atente, por exemplo, para o GATO, para um CAVALO ...
A capacidade de PASSARINHAR, de mudar o rumo repentinamente, advém tanto de suas mentes imparciais, flexíveis (que não optam a priori), como de seus corpos igualmente imparciais, partidos, capazes de fletirem a qualquer momento! A flexibilidade ocorrendo na mente e no corpo, a sincronia é inevitável.
Desde que a separação mente/corpo é artificial, vamos aboli-la e utilizar preferencialmente a segunda, mais palpável. A mente faz parte do corpo!
Mais alguns atributos dos arquétipos ...
O JUIZ IDEAL parte não só o que vê e ouve - uma pequena mancha de sangue na camisa do julgado, uma tosse fora de hora de uma testemunha - como também o que fala. Se necessário intervir, suas perguntas são segmentadas, picadas. Jamais a frase inteira ``foi o Sr.quem matou fulano?´´ Como um GATO, um CAVALO, o JUIZ atua passo a passo. Até sua fisiologia é `partida´, elástica, cada membro - ou parte dele - se movendo a seu tempo, o que garante o silêncio no Tribunal. Você já imaginou se no auge dos depoimentos, o JUIZ derruba o martelo da JUSTIÇA no pé do réu?!
Inversamente ao corpo do JUIZ, que se esconde no interior da toga, se ausenta, o do COMTE é pura presença! E para isso nada melhor que o corpo duro, rígido, todos os membros se movendo ao mesmo tempo! E as diferenças não param. Enquanto o JUIZ particula ,o COMTE generaliza: se um dos soldados errou, a reprimenda é dirigida a todos (vide um CACHORRO, uma VACA!). E em suas dramáticas intervenções, o olhar se comporta da mesma forma: desatento às partes e atento ao todo, ou como se diz na gíria do quartel, ... à moral da tropa!
A visão elementar/primária, que enxerga os organismos no que eles têm de mais profundo, ressalta a ``interconexão entre os corpos arquetípicos´´ ...
Considere a interdependência entre os corpos acima e conclua conosco: ... enquanto a decisão não ocorre (fase JULGADORA), o corpo é contido, contraído, partido, o sentimento guardado, ... é a vez do pensar! Tomada a decisão, não há mais o que pensar, o sentimento é exposto, ... e o corpo se expande, totaliza, se descontrai (fase CONDUTORA)!
Essa relevante constatação sintetiza o fenômeno ``JULGAR/CONDUZIR´´ como uma ação única, em trânsito, proveniente, pois, de um ato único! E não poderia ser diferente, afinal ela retrata duas orientações sensoriais (a J e a C) complementares!
Pela visão Zoosemiótica elementar, no mais fundo do genoma do PROCESSO EVOLUTIVO se esconde essa dupla informação. O que não é uma hipótese estranha, afinal a EVO DEVO vem detectando que os genes direcionadores dos planos corporais estão no DNA do processo evolutivo há milhões e milhões de anos , desde antes da explosão cambriana, ...quando nem haviam mamíferos. Se estes genes estão, não há porque os supergenes direcionadores dos ``planos comunicacionais elementares´´ também não estarem!
Admitindo-se que FELINOS, CANINOS, EQUINOS e BOVINOS são produtos do Processo Evolutivo, e que os fatos linguísticos observados - os sensoriais modais primários - são biológicos , pode-se concluir que os planos comunicacionais dessas 4 populações de mamíferos foram direcionados – utilizando-se a lúdica linguagem arquetípica - por essas duas figuras simbólicas (por estes dois ARQUÉTIPOS) ou numa linguagem própria da Biologia, por suas respectivas materializações genômicas, os supergenes ...